5 de junho de 2009

Aqui

Lógico que quem não tem idéia do que fazer, começa simplesmente fazendo alguma coisa. Então se é assim mesmo, e como eu não estava a fim nem de ficar de papo pro ar, nem de morar debaixo da ponte, resolvi fazer alguma coisa.

Cheguei em Sampa, nossa, como é que as pessoas conseguem viver nessa cidade?, o ar poluído desceu ardido, eu engasguei, tossi, vi o ônibus exalando aquela fumaça preta e fedidíssima, o céu azul é quase marrom, as poucas árvores que existem têm o tronco praticamente cinza.

Liguei para minha amiga de infância.
- Voltei!
- Oi! Nossa, você! Quanto tempo, Magê, que saudades!
- Pois é.
- Onde você estava?
- Ih, longa história.
- Quando nos vemos?
- Hoje, pode ser? Estou sem cama por aqui, queria um sofá na sua casa para pernoitar.
- Tá bom. Onde eu te encontro?
- Naquele buteco da Roosevelt de sempre. Tudo começa em um bom buteco.

Respira, Magê, respira.
Então daqui há uma hora na Roosevelt. No meio do caminho, um ônibus lotado com a mala e tudo, e eu parecendo uma hippie do meio do mato (não é isso o que eu era cinco horas atrás?).
No meio do caminho, as crises existenciais que sempre vêm à tona em momentos decisórios - não era para ser difícil, mas é.
Acho que vou virar garçonete por um tempo, e depois, abrir um restô das comidas que eu aprendi por lá. Quem sabe não trago meu namorado também? Pode ser um restô de culinária-ritualística-folclórica.

Partiu!
Mas antes disso, preciso chegar à Roosevelt, e virar garçonete.

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